Podemos
dividir os autores estudados em dois grupos bem definidos. De um lado temos os
empiristas: Bacon e Hume. De outro temos os filósofos racionalistas: Descartes
e Espinosa.
Os
filósofos empiristas (de empírico, médico que confia na experiência prática)
são aqueles cuja teoria do conhecimento tem como ideia básica a de que a
experiência tem a primazia no conhecimento humano e na crença justificada. Defendem
o método indutivo experimental, isto é, partem da experiência particular para
formular leis gerais. Francis Bacon desenvolveu a teoria da indução. Para ele a
ciência é ao mesmo tempo conhecimento do mundo e intervenção sobre o mundo. O
que é mais útil, na prática, coincide com o que é mais verdadeiro na teoria.
Bacon entendia que a ciência e a filosofia deveriam produzir conhecimentos
úteis em detrimento do pensamento desinteressado, meramente especulativo. O
conhecimento deveria, portanto, ser prático. Da mesma forma, Hume era um
opositor ao pensamento cartesiano e à metafísica em geral e desenvolveu uma
investigação sobre os limites do entendimento humano. Era adepto de uma
filosofia que chamava de simples, com escrita acessível a todos e que fosse
útil, que participasse da vida quotidiana e tivesse a condição de reformar a
conduta do homem.
Os
filósofos racionalistas têm a posição de que a razão tem precedência sobre
outras maneiras de adquirir conhecimento ou, ainda, mais radicalmente, de que
ela é o único caminho para o conhecimento. Utilizam o método dedutivo, que
parte do geral (premissas formuladas pela razão) para o particular (casos da
experiência sensível). Descartes desenvolveu um método em que se vale da lógica
e da matemática para desenvolver seu pensamento, pois as demonstrações
matemáticas independem da experiência, já que são verdades incontestáveis e se
colocam acima das contingências de tempo e espaço. A base do conhecimento para
Descartes é a metafísica, já que Deus, para ele, é o fundamento da verdade. É a
razão de ser de todas as verdades. Espinosa vai ainda mais além e, assim como
Descartes, rejeitou qualquer explicação advinda da experiência sensível. Era
essencialmente metafísico a ponto de estabelecer uma filosofia em que tudo é a
mesma substância: Deus e, portanto, tudo está “em Deus”.
Desta
forma, percebemos que a teoria dos filósofos empiristas Bacon e Hume favoreceu
muito mais os aspectos práticos da filosofia do que o pensamento dos
racionalistas.
Texto muito completo, além de bem escrito.
ResponderExcluirLembrou um, bastante descontraído e com linguagem informal, que escrevi sobre Descartes:
http://nerdwiki.com/2014/01/12/o-discurso-do-metodo-rene-descartes/