A ética de Platão é transcendente. Seu fundamento
não se encontra na realidade empírica do mundo, das condutas ou das relações
humanas, mas no mundo inteligível. O filósofo reflete sobre a idéia perfeita,
justa e boa que organiza a sociedade e orienta a conduta humana. A idéia
suprema é o bem, de onde derivam todas as outras. Para o filósofo, a sociedade
divide-se em três classes (filósofos, guerreiros e operários) e a justiça é
definida quando cada cidadão faz o que lhe compete, de acordo com suas
aptidões, gerando equilíbrio tanto do indivíduo quanto da própria sociedade. Em
Platão, só ao justo seria possível a felicidade. A finalidade da pólis justa é
permitir ao indivíduo praticar as suas virtudes e as suas aptidões propiciando
a felicidade de todos.
A ética de Aristóteles, ao contrário, é imanente.
Baseia-se na realidade empírica do mundo, na reflexão acerca das condutas humanas e na
organização da sociedade. A realidade do indivíduo e a vida na pólis são
responsáveis pela definição dos valores, das leis e da moral. A virtude está
ligada ao exercício (hábito) das boas ações sociais. A virtude é o meio-termo
entre dois vícios inversos e extremos. Essa escolha livre e racional
intermediária é a temperança. Em cada situação, o indivíduo deverá julgar e
definir qual a melhor atitude ética a tomar para que se realize o bem. A
felicidade em Aristóteles é “eudaimônica”, forma de sumo-bem, com a realização
máxima de todas as virtudes. Um fim em sí mesma.
Referências:
Cataneo, Marciel Evangelista; Schulze, Carmelita. Ética Clássica e Medieval. 2ª Ed.
Palhoça:UnisulVirtual, 2013.
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