Para Montesquieu, o poder passou a
existir quando o homem passou a ter motivos para atacar e defender-se
mutuamente, ou seja, quando se constituiu o Estado. Dessa forma a sociedade se
organizou para exercer o poder. O poder não está atrelado ao indivíduo. O
indivíduo, no Estado Republicano, não possui direitos frente ao Estado. Em
Montesquieu, o poder deve ser exercido com moderação para garantir a liberdade.
Para o filósofo, a natureza da constituição de uma república compreende:
divisão de poder em três poderes; separação desses poderes em três órgãos,
compreensão de que só um poder pode frear outro poder, o comércio com cada
indivíduo atuando individualmente nele é benéfico ao bem público; o interesse
público sobrepõe-se aos interesses individuais, embora conviva com esses interesses.
A política, para os republicanos, é uma forma constitutiva da sociedade como um
todo. Os cidadãos são atores políticos responsáveis em uma comunidade de
pessoas livres e iguais. Os direitos existem a partir da comunidade.
Se Montesquieu desenvolveu sua
teoria no contexto da monarquia inglesa, os Federalistas norte-americanos
desenvolveram a sua após a independência das treze colônias, justamente contra
o domínio inglês. O objetivo dos Federalistas era unir as ex-colônias, já
independentes, através de um Estado central, forte, em torno de um projeto
comum. Em função da guerra, a República Americana não podia ser semelhante à
monarquia inglesa. Assim, embora semelhante à República concebida por
Montesquieu, o modelo Federalista foi influenciado também pelas ideias liberais
de Locke. O Estado liberal deve existir para garantir os direitos individuais.
A política tem um papel de mediação entre indivíduos e Estado. O cidadão possui
direitos face ao Estado, de forma a limitar o seu poder. No modelo liberal, a
estratégia política é lidar com os eleitores como num mercado de votos, onde o
que vale é a preferência do eleitor, ao contrário do modelo Republicano, onde a
política é diálogo de valores.
A diferença fundamental entre o
modelo Republicano e o Federalista é que este último propõe que o exercício do
interesse público deve garantir os interesses particulares dos indivíduos,
acima de tudo. No modelo Republicano isto não ocorre. Nele o indivíduo não possui
direitos frente ao Estado.
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