A questão
da relação entre a oferta de alimentos e o crescimento da população é uma
questão que preocupa os economistas desde o surgimento das ciências econômicas.
Afinal é a ciência que estuda a atividade produtiva, sendo a escassez seu
problema fundamental (LEITE, 2016, p. 10-12). Já no século XVIII, Thomas R.
Malthus em sua obra “Ensaio sobre a população”, de 1798, apontava uma “total
incompatibilidade entre a capacidade de reprodução humana e a possibilidade de
produção de meios de subsistência” de forma que a população cresce em
progressão geométrica e os meios de subsistência em progressão aritmética. (MENDONÇA,
2011, p. 2-3). Malthus era contra a intervenção do Estado no sentido de
amenizar a miséria. Essa é a base do pensamento dos atuais neomalthusianos que
preconizam a necessidade de redução da população mundial para que se garanta o
abastecimento de alimentos. Os neomalthusianos defendem inclusive soluções
desumanas para o problema como permitir a morte de grandes contingentes humanos
no chamado Terceiro Mundo mediante a limitação do acesso a medidas sanitárias e
cuidados médicos (MENDONÇA, 2011, p. 5). A crítica mais consistente contra os
argumentos malthusianos foi formulada por Karl Marx, para quem o excesso de
população não é fruto de leis naturais como afirmava Malthus, mas sim um
subproduto da lógica do capital que precisa para sua expansão de um exército
industrial de reserva para regular a oferta e a demanda de trabalhadores e
manter baixos os salários e altos os lucros, o que faz do Malthusianismo e de sua
versão contemporânea uma simples ideologia de classe (ALVES e CORRÊA, 2003, p.
135). Essa discussão permanece bastante ativa em nossos dias, inclusive com
reflexos nas nossas próximas eleições presidenciais.
Referências bibliográficas:
LEITE,
André Luís da Silva. Introdução à microeconomia: livro didático; design instrucional Carmelita
Schulze. Palhoça:
UnisulVirtual, 2016.
MENDONÇA, Marina Gusmão
de. Josué de Castro e o combate ao
neomalthusianismo. Artigo Anais do XXVI Simpósio Nacional de
História – ANPUH – São Paulo, julho 2011. Disponível em:
ALVES, José Eustáquio Diniz e CORRÊA,
Sônia. Demografia e ideologia: trajetos
históricos e os desafios do Cairo + 10. Artigo R.
bras. Est. Pop, Campinas, v. 20, n.2, p. 129-156, jul/dez. 20003 .
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