Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2017

República de Platão, livro II: Os Guardiões e o papel da música e da literatura na sua formação.

No livro II da República de Platão, temos o diálogo entre Sócrates, Glauco e seu irmão Adimanto, onde, com o objetivo de investigar a natureza da justiça, Sócrates propõe a criação de uma cidade (Estado) imaginária. Essa cidade deve ser formada inicialmente com a finalidade de atender às necessidades básicas de seus cidadãos, por um lavrador (alimentação), um pedreiro (habitação), um tecelão, um sapateiro (vestuário) e outro artífice que se ocupe do que é relativo ao corpo, um médico. (MARQUES, 2012, p.94/95). Com o crescimento da cidade surgem novas necessidades, desta vez de artigos de luxo e cultura. O comércio intensifica-se e a guerra se torna uma possibilidade, tendo em vista a necessidade da expansão de suas terras ou a sua defesa contra os vizinhos. Há que se preparar uma nova classe de cidadãos encarregados da defesa e da administração da cidade, a qual Sócrates chama de classe dos guardiões. Os guardiões devem, assim como os demais artífices, se dedicar exclusivamente ao seu

Sistema de Ensino Brasileiro: o fracasso é um projeto?

Apesar de várias e corajosas tentativas, nos últimos anos, de implantação de modelos pedagógicos de linha histórico-social no Brasil, como, por exemplo, no caso da Proposta Curricular de Santa Catarina para o ensino médio de 1998 (SANTA CATARINA, 1991), predomina, ainda, na educação do país a pedagogia liberal tecnicista. O resultado não é dos melhores. Estudos estatísticos demonstram que 27% da população brasileira, na faixa etária entre 15 e 64 anos, encontra-se numa situação de analfabetismo funcional. O analfabeto funcional sabe ler, escrever pequenos textos, porém não consegue interpretar o que lê, expressar-se minimamente por escrito ou realizar cálculos um pouco mais complexos. ( PIGNATO, 2016). E, ainda, o Brasil, em pesquisa realizada pela Consultoria sobre sistemas de ensino Economist Intelligence Unit, coloca-se em penúltimo lugar em um ranking sobre qualidade de ensino, num grupo de 40 países. (SOUZA, 2013). Quais as razões do baixo rendimento do nosso sistema educacional?

Perspectivas Pedagógicas: Essencialismo, Naturalismo e Crítica histórico-social

Educação, de forma genérica, pode ser entendida como o ato de transmitir às novas gerações um determinado conjunto de valores e conhecimentos. Essa atividade educativa assume, em cada época e lugar, formas distintas. Podemos falar, assim, em diferentes pedagogias. Para compreendê-las há que se interpretá-las no seu contexto histórico e à luz dos valores e ideias que as fundamentam. Dessa maneira, na antiguidade, a pedagogia conhecida e utilizada pelos povos hindus, persas, chineses e egípcios era tradicionalista e consistia na transmissão de uma doutrina sagrada, cujo objetivo era orientar o jovem na busca da felicidade e da virtude. Na Grécia antiga, a educação como transmissão da cultura, da história e da religião era baseada na perspectiva mítica, sendo difundida através dos poemas de Homero (A Odisseia e A Ilíada). A passagem do mito à razão, através da reflexão filosófica, deu-se com os pensadores pré-socráticos e levou ao surgimento da primeira instituição de ensino com caracter