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Mostrando postagens de abril, 2015

A Universidade Brasileira: uma análise histórica.

     Até a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, os luso-brasileiros cursavam o ensino superior na Europa, principalmente na Universidade de Coimbra. Naquele ano, D. João VI criou a Faculdade de Medicina da Bahia. Em 1854 foram criadas as Faculdades de Direito de São Paulo e de Recife. Em 1874, no Rio de Janeiro, a Escola Militar e a Politécnica, além da de Engenharia de Ouro Preto. O ensino superior brasileiro limitava-se aos moldes da escola superior. O processo de transformação do ensino superior para a condição de universidade ocorreu já na Era Vargas, na década de 1930, com o agrupamento de três ou mais faculdades. Surgem então, em 1934, as Universidades de São Paulo e de Minas Gerais. A ideia de uma universidade como centro de livre discussão de ideias nasce com Anísio Teixeira em 1935. A criação das universidades federais, como as que conhecemos hoje, ocorreu na década de 1950 com a federalização das universidades particulares e estaduais e a ampliação do ensin

"O Sétimo Selo", de Ingmar Bergman: uma análise do filme sob a ótica da filosofia da Idade Média.

Filme: O Sétimo Selo – de Ingmar Bergman (1956)                 O enredo do filme se desenrola na Suécia do Século XIII. O protagonista, o cavaleiro Antonius Bock, ao retornar de uma das Cruzadas juntamente com seu escudeiro, encontra sua terra assolada pela terrível peste negra. Nesse contexto apocalíptico, o Diretor inspirou-se no evangelho do apóstolo João para extrair o título do filme: O Sétimo Selo, numa alusão a um dos selos abertos pelo apóstolo, de acordo com o livro bíblico.                 Na primeira parte do filme, o cavaleiro protagonista reencontra a morte em sua forma humana. Esta o persegue há tempos e ele a convida para uma partida de xadrez, cuja vitória lhe garantiria mais algum tempo de vida. Bock confessa à morte que não quer deixar esta vida sem entender o que é Deus. Se realmente Ele existe ou se é uma ficção. Não quer apenas se limitar a acreditar ou não. Quer usar a razão, a filosofia, para buscar a verdade. Vai, então, em busca do conhecimento já que a

Filosofia de Aristóteles e Escolástica: Influências

                A Escolástica compreendeu o lapso entre os séculos VIII e XVI, aproximadamente. O maior pensador desse período foi, sem dúvida, São Tomás de Aquino. Dentre as várias subdivisões possíveis da Escolástica, uma a divide em três fases, tomando como ponto central exatamente esse pensador. A Escolástica, dessa forma, pode ser dividida em pré-tomista, tomista e pós-tomista.                 O trabalho de Severino Boécio, que traduziu e comentou a obra de Aristóteles, influenciou profundamente, o ocidente latino medieval e, portanto, toda a Escolástica. É conhecido, ao mesmo tempo, como o último dos padres latinos (Patrística) e o primeiro Escolástico.                 Os Escolásticos, a partir dos trabalhos de Boécio, se apoiaram na filosofia de Aristóteles, especialmente a sua lógica, a dialética e a metafísica para resolver questões da teologia cristã. Em outras palavras, a intervenção da razão para fundamentar a fé nas verdades reveladas.                 A questão d

Relações entre a filosofia grega pagã e o Cristianismo

Relações entre a filosofia grega pagã e o Cristianismo.                 O Cristianismo tem início com as pregações de Jesus de Nazaré, que versavam sobre virtudes como o amor ao próximo, o desapego a bens materiais, prevalência da vida eterna pós-morte à vida terrena, entre outras. Jesus não deixou obra escrita, pregou diretamente para os humildes. Coube aos seus discípulos a difusão de suas ideias que passaram a penetrar em áreas geográficas cada vez maiores, abrangendo diversas culturas, como a grega, a egípcia e a latina (romana). Línguas diferentes. Culturas pagãs e politeístas, em sua maioria.                 Com o crescimento do número de cristãos, inicialmente oriundos de classes sociais inferiores, passou a haver um confronto de culturas e de visão de mundo. Fé versus razão. Politeísmo versus monoteísmo. Cristãos versus pagãos. Esse confronto resultou na perseguição dos cristãos, que passaram a ser massacrados, inclusive nas arenas romanas, onde eram atirados aos leões,