A referência pode
ser conceituada como a relação que obtemos entre as expressões usadas por um
falante e os objetos de quem essas expressões falam. Por exemplo, as
expressões: “Vaclav Klaus é um Democrata” ou “A montanha de ouro está
localizada na China”. No primeiro caso temos um nome próprio e sabemos que a
expressão é verdadeira já que se refere a um indivíduo conhecido. No segundo,
sabemos que não existe “montanha de ouro”, que é uma expressão chinesa que
significa lugares que possuem muito ouro. Verificamos que, embora existam
palavras referenciais em ambas as sentenças, a primeira se refere a objeto da
realidade, a outra não. As grandes questões sobre referência podem, então, ser
reduzidas a três: qual o mecanismo da referência?, qual a relação entre
referência e significado? e qual a relação entre referência e verdade? No campo
da filosofia da linguagem, as teorias da referência partem do princípio de que
expressões de linguagem possuem determinados valores, os quais são atribuídos à
contribuição que tais expressões dão ao valor de verdade da proposição em que
ocorrem. Assim, o que realmente importa nessas teorias é compreender qual a
referência das expressões e como elas contribuem para o valor de verdade da
proposição. Essas teorias dividem-se em dois grandes programas: o programa analítico
e o programa naturalista, que se diferenciam em função da compreensão da
estrutura da referência. O programa analítico teve seu início com as obras do
filósofo Gottlob Frege. Nesse programa a
referência deve ser compreendida a partir da estrutura lógico-sintática de
nossa linguagem, isto é, a perspectiva analítica procura decompor as sentenças
e identificar seus elementos de forma a estabelecer sua relação com um fato
real descrito na sentença. A estrutura da referência é atribuída à lógica da
própria linguagem, a qual deve ser investigada e compreendida. O ponto central
desse tipo de teoria é compreender qual a referência das expressões e como
contribuem para o valor de verdade da proposição.
O programa
naturalista busca as estruturas da referência nas bases biológicas da mente
humana. A estrutura da referência dentro dessa perspectiva filosófica não seria
baseada em estruturas temporais localizadas no espaço. Um de seus maiores
expoentes é o filósofo estadunidense Willard Quine e seus principais artigos
são: “Dois Dogmas do Empirismo, “ Relatividade Ontológica” e “Epistemologia
Naturalizada”.
Referência bibliográfica:
CATANEO,
Maciel Evangelista; FATTURI, Arturo. Filosofia
da Linguagem e Teorias de Referência: livro didático. Palhoça:
UnisulVirtural, 2015.
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